sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

mirta, sua prosa sensível e precisa

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Comprovação

Elas ainda existem, as avós iguais as que tive um dia. Eu vi, hoje mesmo, um legítimo exemplar das que fazem bolinhos de chuva, tem opiniões respeitadas, conhecem sabedorias e curas milenares e oferecem conselhos acalentadores.

Lá vinha ela, solene, no corredor do hospital. Magrinha, ar sereno e sério, era toda força em sua saia preta, reta e longa, casaco sete oitavos cinzento, cabelos grisalhos arranjados em coque, sapatos pretos anabela, meias fumée. Achei-a tão bela que fiquei esperando ver ao seu lado Frajola e Piu-piu e eu menina correndo atrás dela.

Mirta (setembro 2008)

Estranha

Nunca vivi onde nasci. Cansei de explicar. Ainda não sou daqui, mas quase. Isso elucida muita coisa, esse meu ar de quem está a passeio no mundo. E talvez esteja.

Mirta

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